1. |
Palco do Meu Quarto
03:48
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Eu posso ser o que eu quiser
Cada vez que fecho a porta e acendo a luz
Não preciso arrastar nada de lugar
E não tem ninguém aqui além de mim
A cama, o guarda-roupa, a estante modular
Cada um meio que em cada canto desses quatro
E o espaço cá no meio é meu
Não leve a mal
Se eu não te escutar
Quando me chamar
A empolgação é tanta
Que me esqueço do mundo lá fora
Não pense você
Que é tão diferente na vida real
Eu me imagino num programa de TV
Meu dia sendo assistido por certos "alguéms"
Que nem sabem que eu existo
Se alguém aparece no quarto sem bater
Eu sento na cama como se nada tivesse acontecido
Não dá pra ficar à vontade
Quando chegam sem pedir licença
Mesmo que todo mundo saiba o quanto eu danço aqui
Entre essas quatro paredes
Não é sempre que a gente consegue um bom tempo, todo, só pra gente
Então, me deixe bem aqui
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2. |
Gatilho
04:24
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Ela me disse que esse corpo é casa
De uma das almas mais bonitas que ela já conheceu
E eu tento olhar pra bem dentro de mim
Cada vez que meu sentido falha
A tal da força que tenho nos braços
E nessas pernas que, se eu corro, me puxam pra trás
Vai se diluir cada vez que eu entrar
Nessas ondas que o vento forma
Vê, você, como é o mar
Diz que acalma só de olhar de longe
Embala o corpo sem querer
Mas não hesita se quiser te levar
A tal da sutileza que me envolve
Se perde em meio a tantos olhos que só querem me usar
E o medo vem de um descuido não meu
Mas, há quem diga que a culpa é minha
Você não vê como é andar
Seja à noite ou em plena luz do dia
Pedindo pra sobreviver
A qualquer força que te custa acreditar
Enquanto desce a rua
"Perigoso" é o aviso de sempre
Se for preciso te socorrer
Vão dizer que ali, naquela hora, é melhor você não passar
Cuidado não devia ser minha obrigação.
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3. |
26 de Julho (Pétala)
04:17
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Quase um século de vida, mas, tão menina
Com seu vestido todo florido
E os cabelos tão lisos
A cadeira de balanço em frente à rua
Os filhos, netos, todos em volta
E a TV ligada na sala
A foto dos meus 03 anos
Com as duas ao meu lado
É das coisas mais lindas que guardo aqui
Sempre que passo na calçada em que tantos vendem flores
Penso em cada passagem
E vejo em cada pétala
O amor que elas deram pra mim
Quando eu era criança, alguém me disse que engoliu a própria lágrima
E tinha gosto de água salgada
A mesma que banhou meu corpo
Depois que cada uma foi embora
Antes do ano terminar
Sempre que passo na calçada em que tantos vendem flores
Penso em cada passagem
Sempre que passo na calçada em que tantos vendem flores
Penso em cada passagem
O peito aperta de saudade
E vejo em cada pétala
O amor que elas deram pra mim
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